terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Único

Maneira fácil de falar do simples é usar como exemplo o número 1, ou o próprio significado de palavra: unidade da língua escrita, situada entre dois espaços em branco, ou entre espaço em branco e sinal de pontuação, ou ainda, como preferiram os Lógicos do milênio passado: chamar tudo de termo e separá-los entre os que significam sozinhos Morena por exemplo e os que precisam delas para significar como que.
Isso é o mesmo que chamar tudo de palavra como se faz aqui e deixar claro qual o limite, o branco do papel.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Dia de festa

Tinha crédito pra falar a vontade com fixo, no normal das vezes ligaria pra irmã ou mesmo pra uma amiga do colégio, mas a novidade da cidade era também a da solidão: não conhecia pessoa ali, nem a conheciam também, era um vetor que dava resultado zero. Se lhe acontece algo no quarto, demoraria dias até o cheiro se alastrar. Já experimentara ficar quieta, em silêncio, pra ver se aparecia um vizinho preocupado, mesmo curioso servia, alguém, qualquer um... mas ficou sozinha tempo bastante pra perceber que se não visse alguém enlouqueceria e aí ela mesmo daria cabo daquela situação. Não, buscaria pão, tomaria café na padaria, sentaria na praça.
Jamais pensou que seria assim, logo teria as crianças, as aulas... mas agora não tinha nada. Só a lembrança do que ficou era capaz de lhe trazer o sorriso à boca: o batom nos lábios carnudos, os dentes brancos e as argolas de dia de festa; de um tempo que ficou esses eram seus preferidos: se arrumava qual uma bailarina em dia de apresentação, em frente ao espelho, o cabelo, a maquiagem, verificava a roupa, tudo nos mínimos detalhes...
Não pensaria mais nisso! E se foi quando o Sol passou os morros que circundavam a vila.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Post falcatra

Michaelis
amor

• sm (lat amore)
1. Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Antes de continuar

retratação:


Tem um sentido de eterno que é daqui pra frente sim.
Sempre esteve certo.


Orwell se revira com guerra é Paz e Winston fez carreira com as altereções do passado: sempre foi assim!
E Aristóteles dava aulas enquanto caminhava sob arcos.
Só pra registrar

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sobre latas, chineses e porcos

...

- é que quando come um enlatado qualquer, come junto um acidulante e o anti acidulante respectivo, um pra conservar e outro pra dar uma cor no alimento, acho

- ahh, meu pai comia de tudo e não dava nada: banha de porco, carne a vontade e o velho não morreu de colesterol alto, tenha certeza. Tudo bem, era milênio passado, não tinha a globalização, nossa comida não vinha da China...

- nosso tempo é difício. Os químicos chamam eles de aditivos, somos o que, máquinas? porra, faz tempo que Chaplin fez disso comédia, e a gente vai rir até quando?!

- nada, mano, os pais da Chirriro, comendo até virarem porcos

- Ao que parece, nossos encontros furtivos terminam sempre em questões estéticas

- 24 cenas por segundo, encontros furtivos só dão pro Festival do Minuto, sr, a gente se acha bandido mau...

- é nois memo, abs


pp.: pra ficar mais digestivo este deve se chamar Papo de ponto.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Existêncial - elas

As últimas pesquisas de fonte não confiável afirmam: paulistas querem barrigas chapadas, pra tando preferem as práticas zen: Pilates, Yoga e coisas do tipo, porque fortalecem o abdômem.
Já as cariocas querem bunda e magra não é elogio, elas preferem gostosa.
é tudo pira

domingo, 6 de dezembro de 2009

Por esses dias

O forró é Xote, Choro e tantas outras coisas que só vendo: faz mulher dançar
senhora perder o prumo, convidar o Dominginhos pra requebrar e terminar no Frevo, acompanhada de guarda chuva, todos olhavam, como se a diversão fosse loucura; certo então são os que aproveitam a graça das histórias que contou o artista.
Pra ser completo, só vendo O Milagre de Santa Luzia.

Quanto pesa a bailarina?
Nada.
A força bruta do bailarino, o quase beijo, Coisas que ajudam a viver: um cachorro, a Marisa e mais um monte de pernas, todas belas (um juízo estético rápido e com pretenção universalista ou tautolólica: Toda bailarina é bela) com certeza ajudam.
Foi tudo lindo
só faltou o Vento

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Instruções

Ps significa: pos-scritum, era usado para escrever algo que faltou na carta depois que ela já havia sido assinada, então, pp é: pos-post, serve do mesmo modo para escrever algo depois que o post já foi pra página.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A gênese da palavra na criança

No princípio, todas as palavras são representadas pela sílaba inicial: 'bo' significa bola, bolo e outras tantas que tenham proximidade sonora. Quanto consegue falar 'mamãe', essa representa o feminino, assim, ela chama genericamente a vó, a tia, e qualquer personagem feminino próximo de mamãe.
E assim surgem as palavras...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

,

- É que ela funciona como pausa, pra facilitar o texto e ajudar a respirar
já que não é verso; serve também pra separar as menores digressões ou pausas breves, como acontece quando se fala, e tudo respeitando acordos firmados noutro tempo...
também gosto da parte crônica, a parte dialogal, coisas do eu platônico, mas o que é feito na parte lógica, mesmo que chato, é absolutamente fundamental!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Todos homens, por sua natureza, tendem ao saber. Sinal disso é o amor pelas sensações. De fato, eles amam as sensações por si mesmas, independente da sua utilidade e amam acima de todas, a sensação da visão. 

Aristóteles, Metafísica, livro A, 980 a
 
É bom que se diga logo: todo diálogo é platônico; misturá-lo com teses, verdades, aforismos ou seja lá o que acontece aqui nos dias chuvosos nasce dessa coisa loca que é o nosso tempo.
A Estética é a filosofia do agora, deve ser feita através da crítica, ao fim de cada espetáculo. Ele, espetáculo, é o próprio objetivo e porquê daquele ramo da filosofia, é através dele que se estabelece no que se vê, auxiliado pelo o juízo estético, se o jogo, peça, apresentação, balé, seja qual for o espetáculo, graus de prazer e dizer, então, se ele foi bom, melhor, pior...

domingo, 15 de novembro de 2009

Ao acaso

Hoje, faz um ano.
A página ficou mais bonita
Aumentou em número e em qualidade, acho, sr
Quanto ao tema ou aos temas, nada de novo
Esse é só pra não passar em branco
E pra não dizer tudo
Digo que foi por acaso que sentei aqui, hoje.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Colheita

E a moda serve de prova aos que acreditam: a História vai e volta! quem guardou os óculos da vovó ganhou; o twitter é a novidade, e a pergunta se repete: porque com mais se com menos?, sua popularida põe a questão da valia apoiada pelo Princípio de Economia; ainda a propósito da pergunta, a noite passada serviu aos que sabem aproveitar o escuro da mesma e como será fácil ao inimigo ou ao Acaso dar cabo da modernidade na região dos Trópicos: e então, foi noite de índio!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Auto-retrato

Fazer com que você acredite nas histórias, diálogos, nas verdades ou quase verdades, nas viagens que estão aqui é um dos objetivos pretendidos; mesmo que nunca tenha pensado que seria diferente, até pela repetição do tema, se supõe que elas são reais é porque são possíveis e esse, meu amigo, é o melhor dos elogios.
Só é ruim porque, infelizmente, ela não existe, sr...

sábado, 31 de outubro de 2009

Da ponte pra cá

- O que vou dizer, mano? Que a Lógica não interessa a mais ninguém? Que é por isso que não dizem nada?!  se o comentário é o aplauso do blog, direi então que a Lógica não merece aplauso porque o que se estuda aqui são as palavras, assunto muito sério quando se pretende formalizar o pensamento, porque é com elas que nos comunicamos e dizemos das coisas o que elas são ou não, o que sentimos ou não, tendo como condição a realidade das mesmas, estuda-se as regras de não contradição do pensamento, remédio contra as paixões da alma , tudo absolutamente necessário e de acordo com o próprio pensamento transcendental...

- Mas fala Dela também! Não?

- Sim, e com certeza, mas ai não impera a Lógica, mano, pelo contrário: o reino das Paixões é diametralmente oposto ao da Lógica. É um subterfúgio a solidão, sr.

- É que fala da Morena com uma paixão, como se ela existisse...

- E quem disse que não? posso não ter sua companhia agora, mas sei  que o Acaso ou Destino, você escolhe o que preferir, já preparou nosso encontro, um dia, qualquer dia, quando não faltar mais nada...

- Ahh, depois eu que sou o platônico, e como vai saber? ela trará um plaquinha com seu nome?

- Ela estará linda, é obvio, sr, de vestido florido e tocará Clube da Esquina - 1972, acho que saberei, né?

- É... acho que é suficiente sim, sr...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Elas

Falta a palavra pra começar este.

O propósito é falar do feminino, mas feminino aqui significa ou tenta significar mais do que o sexo oposto;  sim, elas são parte importante do movimento e serão objeto de análise a seguir, mas percebe que algumas são curiosas: a loucura, cada um tem a sua como se fosse suficiente cinco minutos de ódio, a tigresa de unhas negras que nos arranha o estômago em busca de comida, a alma e tudo o que concedo a partir dela, a maconha, a cafeína, a cocaína e todos os sufíxos ínas possíveis, a postura que  paradoxalmente significa tanto a qualidade física quanto a conduta ética, a lista das palavras que nomeiam as coisas ou sentimentos ou realidades é grande,  e a própria palavra palavra devia ter sido e foi o primeiro dos exemplos dada sua relevância para lógica.
A beleza seria mais um exemplo no paragrafo anterior não fosse a intenção de usá-la aqui para botar a Morena na conversa. Já sabe que se diz  morena de três tipos diferentes de mulher, -e se reluta, meu caro, é porque te falta a sorte da experiência-, só fala que um é três em mais um caso e talvez isto seja signo da Beatitude talvez a teoria precise do Bem, dos transcendentais, talvez só sirva em caso de amor platônico, mas então ela será a própria felicidade, causa de loucura tão intensa que parece LSD numa praia deserta.
Percebe como o feminino serviu aqui para ir do mais viceral dos sentimentos até o que é o mais inteligível possível?
eis a dificudade do tema.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Diálogos platônicos II

- Oi...
- Oi, como você tá?
- Tudo bem, o curioso é que tava pensando em vc! sr...
- Sério?! Duvido! Em que tava pensando?
- Ahh, não era nada de especial, só tava pensando, !? sr...
- Nem vem que não tem, sei que gosta de imagens e a lembrança é assim... Vai, fala do que você lembrou?
- Quando a gente se vê no mesmo lugar, mesmo que tempos depois, acho que é normal velhas paixões, amizades sinceras e café sem açúcar voltarem à boca...

doces sorrisos e abraços cheirosos aconteceram... e era como se os anos não tivessem passado e ambos estivessem naquele velho pátio, agora, os olhares alheios não preocupavam, não se sorrisse assim, como quem aprontou alguma, se o olhar for o mesmo é porque ela é a mesma... a pessoa não muda, não importa o que aconteça, já diria minha mãe...

-
É, isso é verdade. Sabe, a nostalgia as vezes me toma e é como se fosse criança e as regras não existissem... Talvez, se por um instante pudesse voltar, saber o que sei hoje, saber que amor a distância também é Amor... saber, ter a ciência exata do que só pode ser impreciso... ah...
- Não! Se não sabia, agora sabe, se não sei voltar no tempo sei que o futuro ainda não existe e que te quero, sempre quis... e se já não importa nenhuma convenção, então...?!
- Pra você sempre foi fácil...
- Pra que arranjar mais problema além daqueles que o amor já traz em si? Se pra mim sempre foi fácil, pra você foi difícil demais... Claro que também tenho saudade daquele tempo, do seu jeito de criança, do seu arrepio ao vento frio das noites de Julho...
- Viu como ainda tem as imagens na memória? sr...

sábado, 24 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Teatro das ilusões

...ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.

(Meditações, Descartes)

Mesmo que o uso da dúvida seja mais próprio ao objetivo cartesiano que era o de construir uma ciência segura, citar o trecho é suficiente, já que o que se pretende aqui é algo mais risível que o pretendido por Descartes; só peço que duvide, como ele faz, caso alguma vez tenham te enganado:

Alonso largou em 15º, Nelsinho em 16º. Numa corrida de rua, Fernando optou por uma primeira perna curta. Piquet, optou por encher o tanque. Logo após o pit stop do espanhol, o brasileiro bate. Entra o safety car, tudo se embaralha. O bicampeão pula para a ponta, de onde não sai mais. Venceu o primeiro GP noturno da história da Fórmula 1. Que agora pode ficar marcado pelo golpe da manipulação, caso as investigações levantem dados suficientes para levar a Renault ao Conselho Mundial e ser reconhecida como culpada.
http://blogf-1.blogspot.com/2009/08/batida-de-piquet-em-cingapura.html

Qualquer fonte serve para o que se pretende, a dúvida não precisa ser hiperbólica, não precisa duvidar do corpo, do chambre, nem dos sentidos, basta que admita: não é bom se fiar em quem já te enganou uma vez.

sábado, 17 de outubro de 2009

Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar...

A metáfora mais bonita da filosofia diz respeito ao movimento, mais precisamente, ao Primeiro Motor Imóvel, sem o qual não existiria movimento algum e responde como move o Primeiro Motor: como o amado que move o amante sem nada fazer.
É completamente diferente da Idéia de Amor platônico, além de ser mais interessante, do ponto de vista dos amantes que não dependem mais de uma união ideal, como se existisse alguma assim.
Qualquer maneira de amor vale a pena...

sábado, 3 de outubro de 2009

Diálogo Socrático

- Você viu, ontem passou Casamento à indiana?
-
Não.
- Bom, nós basta a conversa, certo?
- Sempre.
- Então, do filme é suficiente saber o título porque ele nós serve de tema para responder o problema de que falamos dia desses: Os graus de afastamento da Verdade, lembra?
- Lembro sim.
- O filme mostra, entre outras coisas, o bendito casamento... mas repare que, diferente da novela, no filme todos são indianos.
- Certo.
- Percebe que a novela e o filme estão distantes da Verdade, que no caso seria um casamento indiano de fato.
- Percebo!
- E mais, a novela e o filme estão em graus diferentes, porque mesmo que sejam todos atores, na novela todos são brasileiros.
-Sim. Se entendi, até aqui são três graus de Verdade: o casamento de fato, o filme num segundo grau e depois a novela. Como no livro do Saramago, A Caverna?!
- Quase, enquanto falava dos filmes sim, tem razão, mas a metáfora da Caverna é com o Demiurgo que é o responsável, para Platão, por dar forma ao mundo material e a personagem do livro é um obreiro, que é aquele que faz objetos de barro.
- Então, o obreiro conhece a Verdade?
- Melhor que outros, com certeza. Perceba que ele faz os objetos, diferente daqueles que falam sobre ou descrevem o objeto. Quem faz o objeto precisa saber como é o objeto de fato, certo?
- Perfeito!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sem começo nem fim

A etimologia, suposta ciência, analisa o etimo, a origem das palavras e nos dá, por isso mesmo, seu significado. É similar ao trabalho de procurar a palavra no dicionário e quanto a isso não apresenta dificuldade alguma.
Assim, paradoxal, significa: idéias que caminham em paralalo, (para - paralelo, doxia - idéia em grego); tautológico é a tabela de verdade que é verdadeira do começo ao fim; Metafísica é o que está além(meta) da física ou do físico, se preferir; e eterno é o que não tem começo nem fim, como Deus que existe antes do tempo e para além dele, ou o amor platônico que existe desde sempre e sempre existirá.
Alguns acreditavam que esse saber, talvez fosse melhor usar, saber, no lugar de ciência era suficiente, ou seja, saber o que as palavras significavam era o suficiente, mas como sabemos agora, saber o que significam as palavras não te dará tudo, ou pelo menos camufla outros significados possíveis e que são seus ou meus, ou de cada um, como você disse; e isso se apresenta como verdade, posto que, quando digo Morena, posso dizer isso de três pessoas ao mesmo tempo, como já disse tempos atrás, e pra saber do que falo, precisa da experiência ou ver o que vejo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tautológico

Todo guarulhense é um bravo, porque aqui não tem Sesc, mesmo assim a gente se diverte.
Porque a Cidade é logo ali, tão ali que a gente vai a pé... mesmo que os pés doam.
Todo guarulhense é um bravo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Encontro diminuto

É só seguir no sentido contrário ao fluxo, descer uma escada, subir outra: um lance e verá a placa: camarim feminino e uma seta indicando o corredor que se estende, grande e um tanto silencioso para o momento de fim do espetáculo.
As bailarinas saem refeitas, cabelos amarrados, sorriso no rosto pelo bom papel de minutos antes, prova disso foram os aplausos de uma platéia que se foi. Os minutos passam e ela não sai. A banda se despede dos poucos que estão ali, um pessoal aguarda na escada, sem entrar no corredor, as vozes que saem desse, dão a impressão que a maioria já foi, mas ela ainda não passou.
Corredor adentro, os camarins tem dois nomes em cada porta e em alguns, a luz ainda estava acesa, vozes baixas confirmavam a presença das últimas bailarinas. As portas se sucessedem sem que encontre o nome, Marisa Bucoff, escrito, até que chega a última porta, a última, seria isso signo de alguma coisa? Ali, porta fechada, a conversa parece animada, até que a fã sai e pergunta se vou entrar. Entro, é pequeno, um espelho, uma pia junto a um balcão, uma cadeira e os figurinos que ainda não foram retirados formam o todo do interior, olho meio sem jeito para ela, a vergonha e o acaso da situação que minutos antes não imaginaria fazem as vezes do encontro, o Luciano me espera lá fora. Pois que espere.
E já que cheguei até ali, é de se esperar que diga alguma coisa à moça que se seca e sorri quando me vê:
- Semana passada foi lindo, vcs estavam lindos hj tbm!
- Ah, vc estava semana passada?
- Tava sim, mas hj, sei lá, estavam lindos e as coisas ficam mais lindas com vc!
- Ahh...
Um abraço e um beijo selam o encontro que jamais foi pensado...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Primeira aula de um curso de Estética

A experiência estética se resume ao próprio espetáculo, seja ele um filme, show, teatro, dança... Na primeira vez que você assiste, o que te interessa é o que? acontece. As demais vezes pergunta como? o que acontece, acontece.

sábado, 5 de setembro de 2009

Princípio de economia

Pra variar, foi Aristóteles quem criou o princípio, título deste. Em linhas gerais, significa: aceitar a tese mais simples de explicação dos fenomenos estudados. Em outras versões, ficou conhecido como a navalha de Ockham, mais um do séc. XIV ou, mais recente, Por que com mais, se com menos, tese que se encontra em uma letra de música não lançada, mas que faz jus a própria tese, pela sua simplicidade poética.
Perceba que, quando chegamos a esta última forma, estamos distantes da tese original do Estagirita e que ela só faz sentido, hoje, porque é capaz de encontrar outros significados além dos que eram pretendidos pela sua forma original: formular esta pergunta diante de um capitalismo feroz parece, no mínimo, recomendável.
Ao repetir essa pergunta, tendo consciência ou não da tese, o sujeito chega a uma conclusão evidente: por que vou escrever todas as letras da palavra, se me bastam algumas: pq, d, vc...
É evidente pq não tem como escapar das formas mais simples, vc, pq... qdo não se é obrigado a respeitar a gramática, não obstante respondam as perguntas feitas pela lógica quanto ao significado que as letras ganham. Não adianta vc ficar bravo, oh gramático de plantão, não tem pq com mais, se com menos, eu escrevo vc, e você sabe, precisamente, a quem me refiro: a você, como é evidente.
Ponto pra Lógica.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Daniella, pedagoga.

Certo! concedo: a criança, quando nasce, traz algo impresso no que iremos chamar, por convenção, de Alma. No entanto, cada um tem a sua, então, será melhor chamar estas de marcas da Natureza humana, já que não admitimos isso como verdade parcial, mesmo porque não explico o que é, alma, tão pouco o que é, Natureza humana. Partimos disso, como um ponto em comum, fácil de se provar... Mas peço que admita: a seguir, quando ela abre os olhos e você mostra um objeto e diz: Bola, diz, então, um Nome e isso, minha querida, é prova suficiente que a criança tem bem pouco de seu impresso na Alma; mais, que ela aprende; e mais ainda, que é você quem ensina. Ahh, falamos então de um sujeito que tem algo impresso na alma, que aprende desde que abre os olhos. São todos pontos importantes.
Isso posto, podemos continuar...

sedução

A beleza da flor é só pra convencer o mosquito

terça-feira, 1 de setembro de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

Conversa de msn

- É Nega, é o fim dos tempos...
- Você acha?
- Tenho certeza! Os sinais são muitos...
- Por exemplo?
- Veja o Twitter, são aforismos como se fossemos pré-socráticos... Ademais, tem a wikipédia, você sabe, tá escrito na Bíblia, tá virando outra Babel e depois teve a biblioteca de Alexandria.
- Queimaram, mas não acabou, se todos os livros que estão ai dentro falam coisas diferente do que diz o Alcorão eles são mentirosos e merecem ser destruídos, se falam o mesmo, são desnecessários... Mas desde quando se vale da bíblia pra qualquer coisa?
- É Nega, tá vendo como tá chegando ao fim...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Do que falava

Os termos próprios eram: apetite ilícito intelectivo sendo o império da vontade e apetite ilícito sensitivo, como o sujeito das paixões humanas.
Sei que eram frades do séc. XIV, mas se vc não reparar nos detalhes a teoria funciona bem, ao menos, não se contradiz; mas não fala nada do Amor. Este tem como causa o Bem que é o conhecimento e a verdade.
Isso tudo faz sentido quando a gente lê, O nome da Rosa. Sem o mosteiro fica meio perdido...
E firmamento é o céu.
É isso aí.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Física

Foi pra falar do que se move que Aristóteles desenvolveu a Física.
Movimento era então a mudança. Esta ocorria entre dois extremos: a matéria prima, ou pura potência e o Ato puro. Ele não considera o movimento como faz Newton, e a gente, a partir de um referencial, era mais a atualização, o que pode ocorrer em tudo que tem Alma, que é o princípio interno de movimento, ou seja, pode se mover sozinho: uma semente tem a árvore inteira em potência, por exemplo; um cachorro tem alma, já que pode caminhar e se desenvolver sozinho.
Um planeta também tem alma, pelo mesmo motivo, mas aí falamos de algo que é diferente ao menos quanto a constituição, posto ser feito de éter, o que o torna perfeito, diferente dos corpos presentes aqui na Terra.
Nem precisamos chegar à beatitude para salvar as bruces., Aristóteles nos fez esse favor...
Nada de novo no reino da lógica.
Que dizer?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Anos

1961 de trás pra frente ainda é 1961.

Dúvidas

Visual:

-Azul combina com vermelho?
-Combina, combina sim... Fica um visual meio navy.
-Ah!?!


Existencial:

As filosofias orientais recomendam que se suprima o ego.
Então, como um bom ocidental, pergunto:
- Se suprimir o ego, ainda serei eu?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Bruce é Bruceshield, e Bruceshield não é nada.
Perdida na fugacidade da moda, que é o ente matemático que mais se repete em um conjunto, ela não pode ser conhecida, pois, é necessário a imutabilidade para que o conhecimento seja efetivo, e ela não atende a essa premissa.
Mas, se a Beleza, por si só, é um jeito de se alcançar a beatitude, que é a própria felicidade, enquanto estivermos aqui, neste plano, elas são o próprio caminho a ser seguido.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Curioso II

Antes da revolução copernicana, era a Terra que estava no centro do universo. Já ouviram falar da geocentricidade, pois era assim mesmo que os antigos explicavam o céu, e colocavam a esfera da Lua e do Sol girando em torno da Terra, envolvidos pelas estrelas fixas, as quais, dada sua natureza eram perfeitas e não mudavam nunca, eram até feitas de outro elemento, o éter. Não era por burrice que eles faziam isso: olhe, agora, e verá o Sol subindo e se pondo, e depois dele vem a Lua, descrevendo, mais ou menos, o mesmo movimento. Uma conclusão evidente, então, são eles quem se movem.
Mas o tempo passou e os homens colocaram tudo no seu devido lugar: o Sol no centro do sistema solar, a Lua girando em torno da Terra e o homem no centro de tudo.
Cada estrela que vemos no céu é como se fosse o nosso Sol, que nada mais é do que uma estrela. Em torno de cada estrela pode haver um sistema como o nosso, mas o mesmo homem insiste em dizer que estamos sozinhos aqui...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Idéias

Ninguém questiona, hoje, que cada um tenha suas próprias idéias, mas nem sempre foi assim. O termo Idéia surgiu com Platão para nomear as entidades separadas da matéria, que terminavam por receber o nome da respequitiva Idéia. Assim, cavalo era cavalo porque participava da Idéia de cavalo, o mesmo ocorre com mesa, faca e também com as coisas que não são propriamente materiais, como belo, coragem, bravura, etc...
O que a gente dá de barato e que de barato não tem nada é a invensão do sujeito, coisa da modernidade, e que fica clara quando a gente lê, e entende perfeitamente, no texto de Descartes: Penso, logo existo.
Sei que o salto é grande, deixo de lado Aristóteles e toda sua crítica à teoria platônica das Idéias, a idade média e a compatibilização feita por eles entre Platão, Aristóteles e o Deus cristão, mas 2500 anos de história não cabem num post.

Pra começar

Ao vê-la, me lembrei de Dora. Como se fosse possível personificar a personagem, mesmo que as gargalhadas sejam as mesmas...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Cena

Lembro como se fosse hoje: os meninos mais altos te levantando pra você enterrar na tabela da quadra do colégio; os cabelos encaracolados, claros e longos, nos ombros, alguns gostam de usá-los assim, nessa idade.
E as gargalhdas eram fartas...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Noções de História

Há aqueles que consideram a História segundo uma suposta "linha", na qual os fatos se sucedem linearmente, como é evidente. Para estes ocorre, sempre, uma evolução e, por consequência, os últimos tempos são os melhores, pois acumulam, e resultam, de todos os anteriores. Então, por simples acumulação, vivemos no melhor dos tempos.
Outros, por sua vez, entendem que a História acontece em "ciclos", sendo assim, existem períodos de apogeu e de declínio. Para estes, entre outras coisas, é preciso uma análise dos fatos para determinar se o momento histórico é bom ou não; poderiam argumentar, então, que Paris no século XIV foi o apogeu dos tempos modernos, termo que, aliás, significa, os do nosso tempo, e que depois disso, decaimos, ou caminhamos para outro lado do círculo, numa revolução eterna.
Haveria uma terceira que tenta articular as duas anteriores: teria, então, a forma de uma espiral. Assim, as revoluções apresentam uma certa repetição dos tempos anteriores considerada a evolução do passar do tempo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sobre a loucura.

Que botar pra fora faz bem, e os loucos sabemos disso.
Que importa as cores que viu
é um colorido único, vale ser lembrado.

Todos querem um Homem que já não existe.

Não estranhe que tenha entendido o movimento Celeste
melhor que agora que está melhor.

O Coração escapa a simetria do corpo, não é um acaso
vale seguir suas recomendações, a despeito das médicas.

loucos são os que não entendem
ou, como diria um Mestre:
"Ninguém sabe de nada,
eu sei..."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Curioso I

Que rebata seus próprios argumentos, quando eles são expressos pelas minhas palavras.
Que rejeite a minha crítica, sem atacar os meus argumentos.
Que me considere menor, sem ouvir o que estou dizendo.

é nois

A forma, é nois, que aparece como um erro se levamos em conta a gramática, traz algo mais, se rejeitada a convenção.
O verbo na terceira pessoa do singular, mais a segunda pessoa do plural, mesmo que esta traga o registro próprio da oralidade, aparece como a forma precisa de dizer que, eu e você somos um só diante das mais diversas situações.
Será a forma mais precisa quando a intenção for expressar essa comunhão de pensamentos, atitudes, vontades...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Nem um, nem outro

Se já discutiram tanto, e por tanto tempo, pra saber se é o Estagirita, ou Platão, quem está certo, não esperem de mim uma resposta final sobre o assunto. Essa celeuma começou quando os dois ainda eram vivos e Aristóteles saiu do Liceu platônico para fundar sua Academia, por não concordar com o que seu professor ensinou, (detalhe: ele ficou 20 anos estudando antes de sair...)
Desde então, passamos por diferentes momentos: ora era Aristóteles, ora Platão, quem dominava a cena. Ambos tiveram seus momentos de glória e de esquecimento: na baixa idade média, por exemplo, era Platão quem dizia como funcionavam as coisas; logo depois, séc. XII, os academicos da Igreja, começaram a receber as traduções dos textos aristotélicos, via Árabes, e então escreviam Filósofo, assim, com letra maiúscula, tamanho o domínio que Aristóteles exercia naquele tempo.
A noção de Ciência que nós empregamos, mesmo que hoje seja completamente diferente; a forma dissertativa que importa até no vestibular; a Lógica, isso tudo, e algo mais, é aristotélico. Porém, quem estuda as formas de aprendizado infantil, e aqui, penso em, Piaget, acredita que a criança já tem algo de pronto, desde que nasce, o que é, evidentemente, platônico.
E não é que eles estão certos!
Explico: ao que parece, a criança precisa saber alguma coisa para "se virar" quando chega nesse nosso plano, mas a experiência me dá um exemplo com o qual reafirmo minha escolha: sem experimentar, não dá pra formular um juízo: Um amigo, vinte e tantos anos, montou seu primeiro computador. Estava ali para ajudá-lo no que fosse possível, uma vez que tecnologias não são meu forte. Quando ele lança a pergunta, de absoluta pertinência para quem nunca havia experimentado o fato: Quando esse barulhinho chato pára?
Bem vindo ao novo mundo!
Era o realmente incomodo barulho do cooler...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ode ao Pai

Dega, sei que sou criança perto de ti... Me ensinou tudo que sei da vida, dos prazeres de enrolar, sobre a Selic, e sobre mais um tanto de coisas que nem vale a pena enumerar aqui, só servirão para elogiá-lo. As obrigações nos afastam, mas ainda vou ao seu lado, sempre...

Diferenças

Mesmo aqueles que não acreditam na existência da alma, vão aceitar a existência do intelecto, como sendo aquilo que comanda o corpo. Cabe reconhecer as diferenças existentes entre eles, entre a mente e o corpo: que o corpo depende da mente para agir, é certo, mas a mente não precisa do corpo pra nada e os sonhos são o exemplo disso. Não digo que sem o corpo, a mente continue a existir, é certo que quando falo da mente, falo da mente deste corpo, mas sem necessitar do que é próprio ao corpo: comer, beber, mover...
Para uns, ela sempre existiu, precede o aqui e agora, esses a chamam de alma. Há aqueles que entendem que a mente existe para coordenar o corpo, não é necessário que ela exista nem antes nem depois do próprio corpo.
2500 anos depois, ainda parece que discutímos se somos aristotélicos ou platônicos...