quarta-feira, 26 de maio de 2010

RTS

Antes do ensaio poderiamos falar de Deus ou do diabo, o que preferirem, se acham pertinente o tema. Ou mais uma vez falaremos da etimologia de alguma palavra: amigo, que, por exempo, significa: aquele que ama, mesmo que não aceite ser desmembrado, como se faz tantas outras.
Aos comentários, todos muito dignos por sinal, caberia o adendo ao Promotor, posto não encontrá-lo no meio daqueles que tocam, só que não é bem do comentário, mas do que fazem fora daqui e que funciona feito um megafone e quem sabe outros os tenham seguido até aqui pra dar uma olhada no reino. A propósito dele, cabe também dizer que o trabalho de cultivo das idéias é ciumento e pra ser desenvolvido não pode ser posto de lado, que as ferramentas são as da astúcia sempre respeitando a lei: porque com mais, se com menos?
Foda mesmo é ouvir o eco delas em um lugar tão distante e ao mesmo tempo tão próximo
Vamos ao ensaio então...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Se

Começasse a vida sabendo o que se sabe no seu fim, saberia amar melhor, com mais calma, devagar, porque amor que é amor mesmo e não pura e simplesmente a palavra, não tem pressa e pode então ser pura e simplesmente amor.
Saberia logo que mulheres de canela fina são problema, que as que as têm grossas são propensas a serem mães, mas que o que rege mesmo é o tamanho da bunda. Saberia que na falta da certeza de qual presente dar? daria flores, porque elas se comprazem e no mínimo sorriem a gentileza.
Ficaria fácil colocar ordem em tudo, posto já ter as respostas, mesmo que ainda faltassem as perguntas. Direcionaria o querer, esse senhor de tudo e de todos, sem o qual não se faz nada, mas com o qual se perde tudo. Saberia que os homens amam as novidades, pra cinco minutos depois esquecer qual mesmo era ela e continuar em busca de mais novidades pra ficar eternamente neste círculo, então, se tem alguma coisa há muito tempo aí, ela deve valer a pena, porque o que não interessa aos tolos vale, ou, aos tolos não interessa o que vale a pena e que as regras foram feitas pra terem exceções.
Já saberia as verdades de homens de antigamente: que o amado move sem nada fazer, então é só ficar quietinho. Que os homens procuram relacionar-se porque a solidão é foda, mas que o silêncio da mesma é agradabilíssimo quando falamos de espetáculos, e que você é sua melhor companhia, sempre, então, ela nem é tão ruim assim.
Saberia, pois, que não adianta perder a cabeça porque junto com ela vai a razão. Saberia que vinagre de maçã é um santo remédio e que os médicos que não sabem disso não sabem nada, que água é vida...
Que em média se perde muito tempo pra tirar a habilitação e mais tempo ainda no trânsito, então, se se faz isso pra correr atrás de mulher, nunca, nunca vale o trabalho.
Saberia que a morena é tipo Jesus: três em um, mas que isso só vale se acreditar que ele é: Pai, Filho e Espírito Santo, enquanto pra ela vale sempre, não tem erro, então, vai agradecer diariamente a Ele por ser brasileiro.
Teria todo esse conhecimento e nenhuma experiência, então, melhor deixar os dias passarem e ver o que acontece...

domingo, 16 de maio de 2010

Concerto de Ispinho e Fulô

Bem num momento abjeto e obtuso, daqueles que é melhor esquecer, deixar pra lá, como se não fosse nada. Ir ao teatro melhora qualquer cristão de qualquer coisa, melhora mais se a peça for boa, bem boa mesmo, quem sabe então até a luz incida sobre aquele ser e se faça luz nele também, quem sabe?
Quem sabe se não é melhor deixar quieto, esperar passar, já teve festa e o pagode não resolveu. Pagode não resolve nada nunca, não aquele pagode, mas se a vida continua, porque ela tem que continuar, que venha o teatro.
Mas, então, as coisas começaram a mudar cedo, no princípio da dita, um giz e um recado:
- o que escrevo?
- escreve o que quiser, (sorrindo)...
E então foram cantos (é bem musical), cantava pra todo mundo ouvir, é claro, ela é uma das atrizes da peça, era o que devia fazer, normal. Mas não era o que fazia, e quem viu sabe! porque tinha mais meia duzia de homens vendo o mesmo espetáculo, tinha um ao lado, mas pra ele, ela só se dirigiu pra fazer um elogio ao outro. Era a mesma do giz, do recado.
A peça continuou com eles equilibrando muitas coisas na cabeça e ainda dançavam forro, porque o que Patativa faz é forro. Como num final apoteótico, mesmo que não fosse o fim da peça elas tiram alguém pra dançar, e a mesma do giz, do recado convidou:
- Mas eu não sei dansar... mesmo que já dansasse (porque ela ainda é errada, mesmo que o S dê mais idéia de movimento que o ç)
- Tudo bem, dois pra lá, dois pra cá, só isso
Podia acabar ali, porque a luz incidia... Não vale nada falar que perderam ou recomendar que vejam, o fato de escrever estas já bastaria como recomendação, mas a mágica da noite não se repete.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O silogismo da água

Silogismo é a estrutura básica de argumentação utilizada por Aristóteles, por exemplo:

Sócrates é humano
todo humano é mortal
então, Sócrates é mortal

O corpo necessita de três tipos de "alimentos": oxigênio, água e os alimentos sólidos (os que são comummente chamados alimentos: arroz, feijão, carne, macarrão...).
Homens treinados conseguem ficar alguns minutos sem oxigênio. Não é possível morrer prendendo a respiração, dada sua importância (respira-se mesmo durante o sono, o mecanismo do corpo responsável pela respiração é automático), então, ele é dos três o mais fundamental e constatá-lo é suficiente.
Por sua vez, o corpo consegue ficar dias sem o alimento sólido (vide os períodos de seca no nordeste brasileiro ou um dos tantos povos que passam fome na África), não se recomenda sua prática, nem há porque fazê-lo para experimentar a sensação, então, basta constatá-lo.
Pra falar da água, o buraco é mais em baixo e é necessário inclusive colocar ordem: depois de dormir (lembre-se que nunca deixou-se de repirar), quando na manhã do outro dia acorda-se depois de oito horas de sono, conforme o recomendado, qual é a primeira coisa a se fazer? Beber água.
O corpo suporta dias sem comida, antes de morrer ele acaba com toda a reserva (gordura) disponível, mas sem água perece na metade do tempo, como é evidente.
Donde se estrutura o silogismo, ou melhor o terceiro termo do silogismo (como se disse no anterior: Sócrates é mortal): Depois do jejum do sono, quando acorda-se a primeira coisa a se fazer é beber água, como é evidente.

domingo, 9 de maio de 2010

Desordenado

Se tivesse te encontrado no trem da ida, esperaria por você na estação até o raiar do dia, se fosse necessário, pra voltarmos juntos; sentaria ao seu lado, ou melhor, na sua frente pra poder olhar sem parar seu cabelo armado, seus olhos de tigresa, sua pele quase negra, sua boca e como gostaria de beijá-la! sentir seu cheiro, não seu perfume, seu cheiro mesmo, mas antes de tudo isso perguntaria seu nome, do que gosta e te daria flores, mas isso seria depois e então seria todo dia quando o sol raiasse ou quando chegasse em casa no ocaso e seriam flores compradas ou roubadas do jardim alheio; juraria amor eterno a cada dia pra não deixar dúvida do que sinto verdadeira e confusamente, porque se é amor, pode tudo, menos seguir uma lógica, qualquer lógica, até porque é com loucura que te amaria.
Se tivesse te encontrado no trem da ida, colocaria ordem na minha vida: ser seu pra todo sempre, mesmo que todo sempre fosse até o final da linha e o sempre seria ditado pelos trilho, mas seria com ordem.

domingo, 2 de maio de 2010

Recapitulando

É bom que se diga: são falcatras porque são a copia.
A definição de amor de tempos atrás é, nos termos do dicionário, o que nos diz Aristóteles: o sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo... é o mesmo que dizer que o amado move o amante sem nada fazer. Recortar e colar o que nos diz Abelardo do mesmo modo é uma tentativa de aproximação com o texto aristotélico, posto que ele, Abelardo, comenta os livros do Estagirita, para quem está começando a estudar a Lógica lá pelo ano 1100, então, não se trata da falcatrua do texto mais sim das cópias.
Tanta Lógica de nada serve quanto entramos em outros reinos: nenhuma persiste ao belo (o reino da lógica é diametralmente oposto ao reino das paixões, como se disse antes). A festa é o lugar próprio para ele, mas não pra quem não sabe dansar (com S como faz Rosa, tão errado quanto ela, mesmo que ela não exista).
E que festa! o bigode foi a propósito dela, talvez, talvez Mano Brown percebesse a violencia periférica que ele representava, talvez nem ele e então seria só você