sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nem sei

que daqui pra diante me chamarei Zé Bebelo ou Riobaldo ou Joca Ramires, nomes de artistas, gente importante, e no próximo ano arranjo uma nega pra chamar de minha e estamos conversados.

sábado, 20 de novembro de 2010

Transequi

- Aqui, fazem 53 anos...
disse isso apontando para o chão onde estava: a casa. O cachorro, malhado, tigrado, pedia um pouco de carinho (a despeito da opinião alheia: "ele é bravo, melhor nem tocar a campainha") pra depois sair de lado, farejar algum rastro inconfundível, tipo cachorra no cio, o qual deixava de lado logo em seguida pra pedir mais carinho, talvez ele mesmo já fosse um velho.
- o DKV tinha que puxar o freio de mão e deixar engatado, senão... ladeira abaixo. Quando a empresa ficava ali, no final da descida (disse isso apontando o morro próximo e, de fato, era uma ladeira acentuada) coloquei uns trilhos pra evitar as batidas, mas sabe como é...o DKV subiu nos trilhos, acabou o carro...
- Sei sim, eu mesmo bati no muro, ainda não dirigia era moleque e estava de bicicleta sem freio... foi feio.
- Vim mesmo de depois da Lapa, trabalhava por esses lados, achei que seria melhor, vim... fiquei. Olha ai, o Marcos chegou, ei Marcos...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ao que parece, é coisa de turco, ou árabe, ou outra possível gente daquela redondeza chamar quem se gosta de: "Meus olhos".
Pra bom entendedor, meia palavra basta.
Melhor entendedor será aquele que entender sem palavras...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

tempos depois

Ela respondeu no automático! Confirmou tudo sem nem ver o que ou quem era, coisas desse tempo que não deixa tempo pra nada...
Não cabia sequer a reclamação: elas devem ser feitas no balcão ao lado, (como se ele existisse).
Sem mais, um: - Oi, quanto tempo?! seria suficiente. Ademais, pra que? Ou pra quem? Se já não desejamos nada, a não ser aquela boca vermelha, aquela pela branca, alva, aquele jeito de menina que sorri, um sorriso gostoso, sem pudor, sem culpa, sem malícia.
- Ahh, então tem desejo sim? Vai? Não, nada? Porque nada foi o que ficou pra contar história...