sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Genial!

Os passos apressados revelavam a pontualidade e organização de uma bibliotecária que, diante da pergunta do curioso, pergunta necessária para melhor conhecer o caráter, e o que anos de profissão conferem à pessoa, seja ela, então, a mais simples de todas, será também a mais reveladora: qual tipo de livro preferido? respondeu imediatamente e sem pestanejar: - Os clássicos.
sr.

sobre a cópia

A primeira forma de arte é a cópia. A tentativa de reprodução é sempre enganadora, como se falou em outro lugar, basta aceitar, já que os exemplos se sucedem para comprovar: novelas são úteis para provar isso, pelo desacordo entre a realidade e o retrato da realidade que é apresentado por ela. Mesmo assim, espetáculos de música, principalmente, são agradáveis, quando propõem este formato; bandas que dão os primeros passos fazem isso para evoluir, ou optam por seguir fazendo o mesmo, se especializando, imitando cortes de cabelo, costeletas, e afins...
Pra nossa sorte, os ventos do sul trazem o novo, e então, o espetáculo é certo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Diálogos platônicos

- Não precisava fazer assim, eu faria tudo que me pedisse, sempre fiz, você sabe...
- séria, Não vai adiantar, agora, vc me dizer isso assim, com essa calma, como se nada tivesse acontecido. Como se minhas atitudes fossem perdoáveis. Não quero seu perdão, não quero mais nada.
-Mas eu sim, quero que as coisas sejam como...
- interrompendo ferozmente, Suas carícias, seus agrados, não mudarão o que fiz, nem o que o que ainda quero fazer.
- surpreso, Como assim?
-sarcástica, Que foi? Não achou que ia parar por aqui, né? Escuta o que te digo: Eu mudei! Quero ser outra, vc não me basta mais. Seus sonhos não me servem mais.
- alterando a fisionomia, Quer dizer que os sonhos eram meus? Quer dizer que a casa branca, as crianças... foram desejos meus?
- num tom mais ameno, Sabe que não, mas...
- interrompendo, É, agora vejo o que está acontecendo...
- séria, Ahhh, não me venha com suas interpretações, seus achismos. Não me interessa a teoria que me apresentará, agora.
- calmo, Não faça pouco dos meus pensamentos, ou esquece que foi por eles que se apaixonou?
- É, esse foi meu erro.
- Erro? Não querida, é isso que acontece quando nos deparamos com a verdade. Foi ela quem te convenceu, sabe que não encontrará outro, assim, como eu...
- E quem disse que é isso que eu procuro?
- Me lembro, agora, de uma música: Quando olhastes bem, nos olhos meus, e o teu olhar era de adeus... E os seus não me parecem assim...