sábado, 3 de outubro de 2009

Diálogo Socrático

- Você viu, ontem passou Casamento à indiana?
-
Não.
- Bom, nós basta a conversa, certo?
- Sempre.
- Então, do filme é suficiente saber o título porque ele nós serve de tema para responder o problema de que falamos dia desses: Os graus de afastamento da Verdade, lembra?
- Lembro sim.
- O filme mostra, entre outras coisas, o bendito casamento... mas repare que, diferente da novela, no filme todos são indianos.
- Certo.
- Percebe que a novela e o filme estão distantes da Verdade, que no caso seria um casamento indiano de fato.
- Percebo!
- E mais, a novela e o filme estão em graus diferentes, porque mesmo que sejam todos atores, na novela todos são brasileiros.
-Sim. Se entendi, até aqui são três graus de Verdade: o casamento de fato, o filme num segundo grau e depois a novela. Como no livro do Saramago, A Caverna?!
- Quase, enquanto falava dos filmes sim, tem razão, mas a metáfora da Caverna é com o Demiurgo que é o responsável, para Platão, por dar forma ao mundo material e a personagem do livro é um obreiro, que é aquele que faz objetos de barro.
- Então, o obreiro conhece a Verdade?
- Melhor que outros, com certeza. Perceba que ele faz os objetos, diferente daqueles que falam sobre ou descrevem o objeto. Quem faz o objeto precisa saber como é o objeto de fato, certo?
- Perfeito!

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