domingo, 14 de fevereiro de 2010

Negócio fechado

Fazia negócios. Era a resposta certa e pronta à pergunta: qual o seu serviço? ou, o que faz pra ganhar a vida? Ninguém sabia, ao certo, a quais negócios se dedicava, o que sabiam com certeza era seu tino pelas disputas. Diziam que isso vinha desde o batismo: seu pai queria chamá-lo de Mahamoud, por conta dos dias e do personagem central da revolução, achava que era um nome forte, sua mãe preferia Frederico, sem saber ao certo porque preferia esse ao escolhido pelo marido, mas como às mulheres basta o querer, assim ficou: Frederico Malaquias, coisa que agradeceu à mãe anos mais tarde, em silêncio, naquela intimidade que os filhos têm com as mesmas, supostamente por ser um nome mais comercial.
O que ninguém sabia era sobre os sonhos de Malaquias, que a bem dizer se resumiam a um só: liberdade. Queria deixar de lado toda a convenção familiar, pai e mãe, pertences da infância rica de menino abastado e bem nascido, casa, negócios, mesmo a riqueza adquirida, objetos, coisas que só aumentaram depois que passou a se dedicar aos tais negócios.
Até o dia em que se revoltou e achou um buraco na rede das convenções e se atirou no telhado vizinho satisfeito dos poucos segundos que teve de liberdade plena antes de se acabar feito um saco jogado fora. Sua liberdade custou-lhe a vida, o que, como bom negociante que era, trocou sem pestanejar...

Nenhum comentário: