domingo, 16 de maio de 2010

Concerto de Ispinho e Fulô

Bem num momento abjeto e obtuso, daqueles que é melhor esquecer, deixar pra lá, como se não fosse nada. Ir ao teatro melhora qualquer cristão de qualquer coisa, melhora mais se a peça for boa, bem boa mesmo, quem sabe então até a luz incida sobre aquele ser e se faça luz nele também, quem sabe?
Quem sabe se não é melhor deixar quieto, esperar passar, já teve festa e o pagode não resolveu. Pagode não resolve nada nunca, não aquele pagode, mas se a vida continua, porque ela tem que continuar, que venha o teatro.
Mas, então, as coisas começaram a mudar cedo, no princípio da dita, um giz e um recado:
- o que escrevo?
- escreve o que quiser, (sorrindo)...
E então foram cantos (é bem musical), cantava pra todo mundo ouvir, é claro, ela é uma das atrizes da peça, era o que devia fazer, normal. Mas não era o que fazia, e quem viu sabe! porque tinha mais meia duzia de homens vendo o mesmo espetáculo, tinha um ao lado, mas pra ele, ela só se dirigiu pra fazer um elogio ao outro. Era a mesma do giz, do recado.
A peça continuou com eles equilibrando muitas coisas na cabeça e ainda dançavam forro, porque o que Patativa faz é forro. Como num final apoteótico, mesmo que não fosse o fim da peça elas tiram alguém pra dançar, e a mesma do giz, do recado convidou:
- Mas eu não sei dansar... mesmo que já dansasse (porque ela ainda é errada, mesmo que o S dê mais idéia de movimento que o ç)
- Tudo bem, dois pra lá, dois pra cá, só isso
Podia acabar ali, porque a luz incidia... Não vale nada falar que perderam ou recomendar que vejam, o fato de escrever estas já bastaria como recomendação, mas a mágica da noite não se repete.

Um comentário:

Vizionario disse...

Gostei mais desse.

Mais conciso, inusitado e proposital.

Continue a evolução.

maneiro.