terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Diálogos platônicos

- Não precisava fazer assim, eu faria tudo que me pedisse, sempre fiz, você sabe...
- séria, Não vai adiantar, agora, vc me dizer isso assim, com essa calma, como se nada tivesse acontecido. Como se minhas atitudes fossem perdoáveis. Não quero seu perdão, não quero mais nada.
-Mas eu sim, quero que as coisas sejam como...
- interrompendo ferozmente, Suas carícias, seus agrados, não mudarão o que fiz, nem o que o que ainda quero fazer.
- surpreso, Como assim?
-sarcástica, Que foi? Não achou que ia parar por aqui, né? Escuta o que te digo: Eu mudei! Quero ser outra, vc não me basta mais. Seus sonhos não me servem mais.
- alterando a fisionomia, Quer dizer que os sonhos eram meus? Quer dizer que a casa branca, as crianças... foram desejos meus?
- num tom mais ameno, Sabe que não, mas...
- interrompendo, É, agora vejo o que está acontecendo...
- séria, Ahhh, não me venha com suas interpretações, seus achismos. Não me interessa a teoria que me apresentará, agora.
- calmo, Não faça pouco dos meus pensamentos, ou esquece que foi por eles que se apaixonou?
- É, esse foi meu erro.
- Erro? Não querida, é isso que acontece quando nos deparamos com a verdade. Foi ela quem te convenceu, sabe que não encontrará outro, assim, como eu...
- E quem disse que é isso que eu procuro?
- Me lembro, agora, de uma música: Quando olhastes bem, nos olhos meus, e o teu olhar era de adeus... E os seus não me parecem assim...

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